LUZ DIURNA
A luz deste dia longo que outrora resplandecia absoluta com a firmeza das rochas milenares, por fim principia a diluição etérea a que está fadada toda alma e matéria, lânguida então fenece como tudo que um dia emana. Contudo, não é sem saudade, sem dor, que ela deserta. Tenho mesmo a impressão, luz diurna, que só te esvais por não poderes ficar, pois a sombra se agiganta na contra-mão de ti. E vejo o teu penar vagaroso em partir; como te agarras em prantos de cinza aos pés do dia findo antes de regressar àquele lugar incorpóreo, aquele tempo atemporal, aonde habita a escuridão dos seres de todos os séculos, sexos, credos e raças. Ó, luz diurna que fenece, leva contigo as minhas dores...
(Gil Guimarães)
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ExcluirMeu amigo, só homens como você que sempre são meninos, artistas, velhos, filósofos para observar o ocaso com palavras tão espontâneas e afáveis. Es um sábio, pois tens o que há de encantador nos tolos, a curiosidade e o inveterado encantamento diante das coisas menores e corriqueiras e, a nobre característica de um mestre que reverencia sem pudor aquilo é digno de crédito. E o mundo tá cheio de homens que desprezam a sábios e tolos, pois coisas grandes e pequenas tem sido ignoradas com a mesma medida. A sua contemplação aqui em palavras nos desentrava os olhos e os demais sentidos. Abraço amigo. Eu, sempre grato por partilhar da sua existência, que o Arquiteto seja conosco.
ResponderExcluirObrigado Adenor! Bom é ter amigos e leitores do seu calibre, cujas observações agudas e pertinentes soam como estímulo e encorajamento para continuarmos na crença de que sempre valerá a pena olharmos para as pequenas coisas da vida, buscando revesti-las de grandiosidade, através da arte de escrever! Que o Grande Poeta do Universo esteja sempre conosco a nos inspirar! Abraço.
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