Se andei desconjuntado de corpo foi porque a alma que colaram nele era demasiadamente densa, se os meus olhos queimaram olhares faiscantes, se de dentro deles emergia uma pálida luz é que na alma havia uma chama de brasa sempre acesa, e foi esta mesma chama que por tantas vezes feriu meus pés. Se escalei montes e desci abismos, se colhi o vôo dos pássaros, se amei os insetos rastejantes, se beijei cactos em vez de amantes, se fui na vida um peregrino errante, foi em busca, meu Deus, do perdão por nem mesmo conseguir arrepender-me.
ESTE BLOG É DEDICADO AOS AMANTES DO VIOLÃO E DA POESIA. POSSUI CONTEÚDO VIOLONÍSTICO E POÉTICO. "Ah! plangentes violões dormentes, mornos, soluços ao luar, choros ao vento... Tristes perfis, os mais vagos contornos, bocas murmurejantes de lamento." (Cruz e Souza)
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
MEDIDAS PROVISÓRIAS DE AUTO-DEFINIÇÃO
Eu sou o mar dividido ao meio.
Animais, gentes, crenças, deuses e séculos atravessam-me. Sou o mar dividido e contido – por milagre – em sua fúria e beleza. Saio porém de meu epicentro de águas profundas e dúbias e ando despretenso pelas margens, caminho sobre a areia até não chegar
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